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E eu, eu vejo.

Nunca admirei algo ou alguém tanto quanto ou além e mim mesma, nem me deixei confiar no que meus olhos permitem ver. Sempre suspeitei das palavras que direcionavam para mim, dos risos, dos olhares tristes. Todos sempre vazios ao fundo, sem vida, feitos por fazer. Muitas pessoas em minha volta, muitos anos de convivência, mas nem uma alma sequer com um vislumbre de intimidade. Falsidade e Interesse sempre me rondaram. Sim, foi bom, aprendi com eles. Aprendi a ser forte, e não confiar, a permitir vacilar, errar e parecer humana. Não, não sou e nunca serei uma mortal. Meu corpo morrerá, mas minha alma multicolor permanecerá viva e intensa. A mente ágil e astuta que à mim foi concedida, as ideologias, os princípios, os gostos; continuarão a me seguir, juntamente com meus medos e traumas. Vida após vida e serei esta simples garota que atiça a curiosidade das almas inconscientes.
No começo era assustador olhar ao redor e ver todos adormecidos, sonâmbulos, presos em seus mundinhos. Por que a ciência não denomina a todos esquizofrênicos? Todos fogem da realidade. Se escondendo em amarguras, lembranças, leituras, vícios... Os vícios. Olhava ao lado e a senhora suspirava sem perceber, decorria os olhos entre as pessoas sem notar o que realmente acontecia no mundo em que seu corpo estava; apenas seu corpo, porque a alma flutuava tão alto que poderia de perto se gracejar com o dourado do sol. De canto, olhava sob meu ombro o jovem com um i-phone na mão, fones de ouvido e mochila nas costas; andando sem perceber em quem esbarrava e na garota que se aproximava e talvez, uma futura namorada; tão antenada no seu mundinho que esquecia o mundo no qual, novamente, seu corpo estava imerso.
Com o tempo percebi que não necessitava disfarçar observar alguém, e que em raros casos eu era observada também. Maravilhava-me quando encontrava outra alma parecida com a minha; atenta, curiosa, desperta. Ah, mas todos sempre maus. Sabe, as pessoas usam seus dons para o mal, e isto certamente é um dom. Também quase me perdi nos transes, não sabia mais quando estava em meu corpo ou quando flutuava saltitante por aí, afinal tudo se tornou não estranho mesmo. Pessoas robotizadas, passando a viva sem ao menos saber o que se viveu. Sendo controladas pelos seus atores do ego em total piloto-automático, deixando as ondas lhes levarem para onde a terra firme não era vista. Se esta forma de ver as coisas foi entregue à mim, então minha missão é despertar estes que correm tanto sem saber aonde querem chegar. Não me acho importante por isto, me acharei importante se conseguir realizar o que me foi destinado.

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